Leitura Semanal - Diários do Vampiro, o retorno: Meia-Noite #2
À partir de semana que vem, eu tentarei traduzir dois ou três capítulos por semana, para agilizar o desenvolvimento do livro.
Sinopse: Elena retorna da Dimensão das Trevas, tendo liberto seu namorado vampiro Stefan Salvatore do aprisionamento... Mas não sem uma consequência. Sua salvação custará bastante. Ainda se recuperando do último choque, eles são forçados a encarar os demônios que dominaram Fell's Church. Elena deve tomar uma decisão que custará seu amor: Damon ou Stefan?
Obs.: Caso for copiar, favor creditar o site.
Capítulos anteriores:
Capítulo 1
Capítulo
2
Elena soltou-se em questão de segundos. Quando
ela saiu, tudo continuava igual — embora ela se perguntasse como ela não havia
cortado sua própria garganta letalmente com a faca.
Ela sabia que a bandeja com os pratos e o
copo havia voado pela escuridão no instante em que ela não pôde evitar de
levantar seus braços. Mas agora ela reconhecia aquele aperto, ela reconhecia
aquele cheiro, e compreendeu a razão para a faca. Ela estava feliz por ter
compreendido, pois ela estava prestes a se orgulhar de fraquejar, assim como
Sage teria feito. Ela não era uma fraca!
Ela relaxou nos braços de Damon, exceto onde
a faca estava. Para mostrar-lhe que ela não era uma ameaça.
— Oi, princesa. — Uma voz como veludo preto
disse em seu ouvido.
Ela sentiu um arrepio interior — mas não de
medo. Não, era mais como se o seu interior estivesse derretendo. Mas ele não
mudou o modo de segurá-la.
— Damon... — Ela disse roucamente — Estou
aqui para ajudá-lo. Por favor, me deixe te ajudar. Para o seu bem.
Tão abruptamente quanto tinha chegado, o
punho de ferro foi retirado de sua cintura. A faca parou de ser pressionada
contra sua carne, embora aquele pressentimento, aquela dor em sua garganta foi
o suficiente para lembrá-la de que Damon a tinha deixado preparada para uma
próxima vez. Presas substitutas.
Houve um click, e de repente o quarto estava
muito brilhante.
Lentamente, Elena virou-se para olhar Damon.
E mesmo agora, mesmo quando ele estava pálido, abatido e desfigurado por não
comer, ele estava tão lindo que seu coração parecia cair na escuridão. Seu
cabelo preto, caindo em todas as direções sobre a testa; suas características
perfeitas e esculpidas, sua boca arrogante e sensual agora comprimida em uma
linha de condescendência...
— Onde está, Elena? — Ele perguntou
brevemente.
Não o que é. Onde está. Ele sabia que
ela não era idiota, e, claro, ele sabia que os humanos na pensão estavam
escondendo a Esfera Estelar dele deliberamente.
— Isto é tudo que você tem a me dizer? — Ela
sussurrou.
Ela viu o amolecer indefeso em seus olhos, e
ele deu um passo em sua direção como se não pudesse evitar, mas no instante
seguinte, ele parecia triste.
— Diga-me, e então talvez eu diga mais.
— Eu... Compreendo. Bem, nós fizemos um
sistema, dois dias atrás — Elena disse calmamente — Todos tiram um papel.
Então, a pessoa que receber o papel com o X leva-o da mesa da cozinha e todos
vão para seus quartos e permanecem lá até que a pessoa com a Esfera Estelar a
esconda. Eu não tive sorte hoje, então sei onde ela está. Mas você pode — me
testar.
Elena pôde sentir seu corpo se encolhendo
quando ela disse as últimas palavras, sentindo-se mole, indefesa e fácil de ser
ferida.
Damon esticou o braço e lentamente deslizou a
mão sob seus cabelos. Ele poderia bater
a cabeça dela contra a parede, ou jogá-la por todo o cômodo. Ele poderia
simplesmente apertar a faca sobre seu pescoço até que sua cabeça caísse. Elena
sabia que ele estava com vontade de desligar suas emoções de ser humano, mas
ela não fez nada. Não disse nada. Apenas se levantou e olhou em seus olhos.
Lentamente, Damon inclinou-se sobre ela roçou
seus lábios — suavemente — contra os dela. Os olhos de Elena se fecharam. Mas
no momento seguinte, Damon estremeceu e deslizou sua mão para fora de seu
cabelo.
Foi aí que Elena se tocou no que aconteceu
com a comida que ela estava trazendo para ele. O café quase escaldante espirrou
sobre sua mão e braço e molhou seu jeans em uma das coxas. A xícara e o pires
estavam em pedaços no chão. A bandeja e os biscoitos tinham saltado para detrás
de uma cadeira. O prato de bife tártaro, no entanto, pousou milagrosamente no
sofá, virado para cima. Havia diversos talheres por toda parte.
Elena sentiu a cabeça e ombros se inclinarem
de medo e dor. Aquele era o seu universo, naquele momento — cheio de dor e
medo. Esmagando-a. Ela não era uma chorona, mas ela não pôde evitar as lágrimas
lhe encherem os olhos.
Mas que droga! Damon pensou.
Era ela. Elena. Ele estava tão certo
que era um adversário a espioná-lo, que um de seus inimigos o havia seguido e
estava montando uma armadilha... Alguém que tivesse descoberto que ele estava
tão fraco quanto uma criança agora. Não tinha sequer lhe ocorrido que poderia
ser ela, até que ele estava segurando seu corpo macio com um braço, e cheirando
o perfume de seus cabelos enquanto segurava uma lâmina lisa em sua garganta com
a outra. E então ele acendeu a luz e viu o que ele já tinha adivinhado.
Inacreditável! Ele não a havia reconhecido.
Ele estava lá fora, no jardim, quando ele viu a porta do armazém escancarada e
soube que lá havia um intruso. Mas, com seus poderes reduzidos, ele não foi
capaz de dizer quem estava lá dentro.
Não havia desculpas que pudessem cobrir os
fatos. Ele havia machucado e aterrorizado Elena. Ele a havia machucado.
E, ao invés de se desculpar, ele havia forçado-a a dizer a verdade para os seus
próprios desejos egoístas.
E agora, sua garganta...
Seus olhos foram atraídos para a linha fina
de gotículas vermelhas na garganta de Elena, onde a faca a havia cortado quando
ela se apavorou antes de ir a encontro a ele. E se ela tivesse desmaiado? Ela
poderia ter morrido naquele momento, em seus braços, se ele não tivesse sido
rápido o bastante para arremessar a faca para longe.
Ele continuava dizendo a si mesmo de que não
tinha medo dela. Que ele estava apenas segurando a faca distraidamente. Ele não
havia se convencido.
— Eu estava lá fora. Você sabe que nós,
humanos, não podemos enxergar muito bem. — Ele disse, sabendo que soava
indiferente, sem arrependimento. — É como estar em volta de um algodão o tempo
todo, Elena: não podemos enxergar, não podemos cheirar, não podemos ouvir. Meus
reflexos são como os de uma tartaruga, e estou faminto.
— Então, porque você não experimenta meu
sangue? — Elena perguntou, soando inesperadamente calma.
— Não posso. — Damon disse, tentando não
olhar para o delicado colar de rubi que descia pela garganta fina e branca de
Elena.
— Eu já me cortei. — Elena disse, e Damon
pensou: cortou a si mesma? Sim, Deus, a garota era impagável. Como se
ela tivesse tido um pequeno acidente de cozinha. — Assim, poderíamos saber o
gosto que o sangue humano tem para você agora.
— Não.
— Você sabe que você quer. Eu sei que você
sabe. Mas não temos muito tempo. Meu sangue não vai se derramar para sempre.
Oh, Damon... Depois de tudo... Na última semana...
Ele estava olhando para ela tempo demais, ele
sabia. Não só por causa do sangue. Sua gloriosa beleza dourada, como se uma
criança que emanava raios solares e lunares tivesse entrado em seu quarto e,
inofencivamente, tinha-o banhado em luz.
Com um assobio, estreitando os olhos, Damon
segurou os braços de Elena. Ele esperava um recuo automático como quando ele a
agarrou por trás. Mas não houve nenhum recuo. Em vez disso, era algo como um
salto ansioso à chama naqueles olhos grandes e lindos. Os lábios de Elena se
estreitaram involuntariamente.
Ele sabia que havia sido involuntário. Ele
havia tido muitos anos para estudar o comportamento de garotas adolescentes.
Ele sabia o que significava quando ela olhou primeiro para seus lábios antes de
seguir para seus olhos.
Eu não posso beijá-la novamente. Não posso. O
modo como ela o afetava, era uma fraqueza humana. Ela não percebia o que
é ser tão jovem e tão impossivelmente bonita. Ela aprenderia, algum dia. Na
verdade, eu poderia ensiná-la agora mesmo.
Como se ela pudesse ouvi-lo, Elena fechou
seus olhos. Ela deixou sua cabeça cair para trás e, de repente, Damon se pegou
meio que segurando seu corpo. Ela estava entregando todos os seus pensamentos,
mostrando a ele que ela ainda confiava nele, que ainda...
... O amava.
O próprio Damon não sabia o que ia fazer
quando inclinou-se sobre ela. Ele estava faminto. A fome rasgava-o como garras
de lobo. Ela fazia com que se sentisse confuso, tonto e fora do controle. Meio
milênio deixou-o acreditando que a única coisa que lhe aliviaria a fome era a
fonte carmesim de uma artéria cortada. Uma voz sombria que poderia ter vindo da
própria Corte Infernal sussurrou que ele poderia fazer o que alguns vampiros
faziam, rasgando uma garganta como um lobisomem. Carne fresca poderia aliviar a
fome de um humano. O que ele poderia fazer, estando tão perto dos lábios de
Elena, tão perto de sua garganta sangrenta?
Duas lágrimas saíram dos cílios negros e
deslizaram um pouco por seu rosto antes de cair no cabelo dourado. Damon
pegou-se experimentando uma antes que pudesse pensar.
Ainda uma donzela. Bem, isto era de se
esperar; Stefan era fraco demais para dar conta do recado. Mas, por cima deste
pensamento cínico veio uma imagem, e algumas palavras: um espírito tão puro
quanto à neve.
Ele, de repente, conheceu uma fome diferente,
uma sede diferente. O único lugar que aliviaria isto estava bem próximo.
Desesperadamente, com urgência, ele procurou e encontrou os lábios de Elena. E
então, ele se viu perder todo o controle. O que ele mais precisava estava ali,
e Elena poderia tremer, mas não chegou a afastá-lo.
Assim, tão perto, ele foi banhado em uma aura
tão dourada quanto o cabelo que ele estava tocando gentilmente nas pontas. Ele
estava satisfeito consigo mesmo quando ela tremeu de prazer, e ele percebeu que
podia sentir seus pensamentos. Ela era um projetor forte, e a telepatia dele
fora o único Poder que restara. Ele não fazia ideia de como ainda o tinha, mas
ele continuava lá. E neste momento, ele queria se sintonizar com Elena.
Porcaria! Ela não estava pensando em nada!
Elena havia oferecido sua garganta, entregando-se totalmente, abandonando todos
os pensamentos, menos aquele em que ela queria ajudá-lo, que os desejos dele
eram os dela.
Ela está apaixonada por você, uma pequena
parte dele que ainda podia pensar disse.
Ela nunca disse isso! Ela está apaixonada por
Stefan! Agora visceral respondeu.
Ela não precisa dizer. Ela está demonstrando.
Não finja ao dizer que você nunca percebeu isto antes!
Mas Stefan...!
Ela está pensando em Stefan agora? Ela abriu
seus braços para a fome de lobo que há em você. Isso não é pouca coisa, como
uma refeiçãozinha, ou um doador constante. Era a própria Elena.
Então, eu estive me aproveitando disto. Se
ela está apaixonada, ela não tem como se proteger. Ela é só uma criança. Tenho
que fazer alguma coisa.
Os
beijos chegaram a certo ponto que até mesmo a pequena voz da razão estava
desaparecendo. Elena tinha perdido a capacidade de ficar em pé. Ele teria que
colocá-la em algum lugar, ou dar a ela a chance de voltar ao normal.
Elena! Elena! Mas que droga, eu sei que
você pode me ouvir. Responda!
Damon? — fracamente. Oh, Damon, agora você
entende?
Perfeitamente bem, minha princesa. Eu Influenciei
você, eu devia
saber.
Você...? Não, você está mentindo!
Porque eu mentiria? Por algum motivo, minha
telepatia está forte como sempre. Eu ainda consigo o que quero. Mas você
deveria pensar por um minuto, donzela. Sou humano e neste momento estou
faminto. Mas não por essa porcaria de hambúrguer sangrento que você me trouxe.
Elena soltou-se dele. Damon, deixe-a ir.
— Acho que você está mentindo. — Ela disse,
encontrando diretamente seus olhos, sua boca inchada por causa do beijo.
Damon trancou aquela visão dela dentro da
pedra cheia de segredos que ele carregava consigo. Ele deu seu melhor olhar
vazio.
— Porque eu mentiria? — Ele repetiu. — Eu só
achei que você merecia a chance de fazer a sua escolha. Ou você já decidiu
abandonar meu maninho. enquanto ele está fora de campo?
A mão de Elena ergueu-se, mas logo ela a
deixou cair.
— Você usou Influência sobre mim. — Disse ela
amargamente. — Esta aqui não sou eu. Eu nunca abandonaria Stefan...
Principalmente quando ele precisa de mim.
Aí esta, o fogo de essência em seu núcleo, e
a verdade de fogo dourada. Agora, ele poderia sentar e deixar a amargura lhe
corroer, enquanto este espírito puro seguia com sua consciência.
Ele estava pensando nisso, já sentindo a
perda de sua luz reluzente recuando quando percebeu que já não mais segurava a
faca. Um instante depois, o medo tomou conta de sua mão, ele tirou a faca da
garganta dela. Sua explosão telepática foi inteiramente reflexiva:
O que diabos você está fazendo? Matar-se
só por causa do que eu disse? Essa lâmina é igual uma navalha!
Elena vacilou.
— Estava fazendo só um corte...
— Você quase fez um corte que jorrasse a um
metro de distância. — Pelo menos, ele foi capaz de falar novamente, apesar do
aperto em sua garganta.
— Eu disse que sabia que você sabia que você
teria que experimentar sangue antes de comer. Parece que está jorrando de novo
de meu pescoço. Desta vez, não vamos desperdiçar.
Ela simplesmente dizia a verdade. Pelo menos,
ela não havia se ferido letalmente. Ele podia ver que o sangue fresco fluía do
novo corte que, imprudentemente, ela fez. Desperdiçar seria idiotice.
Agora, totalmente desapaixonado, Damon pegou
seus ombros novamente. Ele inclinou seu queixo para olhar a garganta, macia e
arredondada. Vários novos cortes de rubi estavam fluindo livremente.
Meio milênio de instinto dizia a Damon que aquele
era o néctar e a ambrosia. Só lá havia sustância, repouso e euforia. Só aqui,
onde seus lábios estavam enquanto ele inclinava-se sobre ela uma segunda
vez... E ele teria apenas que experimentar — que beber...
Damon recuou, tentando forçar-se a engolir,
determinado a não cuspir. Não era... Não era totalmente revoltante. Ele
entendia como os humanos, com seus sentidos desgraçados, podiam fazer uso das
variedades de sangue dos animais. Mas essa coisa coagulante, com gosto
de minério, não era sangue... Não tinha nenhum buquê perfumado, riqueza
inebriante, o doce aveludado e provocador que dá vida, atributos indispensáveis
de sangue.
Parecia uma piada de mau gosto. Ele foi
tentado a morder Elena, apenas roçando um canino numa carótica comum, para que
ele pudesse experimentar a pequena explosão em seu paladar, para comparar, para
ter certeza que aquela realidade não estava dentro dele, em algum lugar.
Na verdade, ele foi mais que tentado; ele que fez isto acontecer. Mas
nenhum sangue estava saindo.
Sua mente parou no meio de um pensamento. Ele
havia feito um arranhão bem... Superficial. Ele ainda não havia quebrado a
camada externa da pele de Elena.
Dente cego.
Damon pegou-se pressionando um canino contra
sua língua, desejando entender, dispondo toda sua alma frustrada em afiá-lo.
E... Nada. Nada. Mas ele havia passado
o dia inteiro fazendo a mesma coisa. Latismosamente, ele deixou com que a
cabeça de Elena voltasse ao seu lugar.
— Só isso? — Ela disse com voz trêmula.
Ela estava se esforçando para ser bravo com
ele! Pobre alma condenada com seu amante demoníaco.
— Damon, você pode tentar de novo. — Ela lhe
disse. — Você pode morder mais forte.
— Isso não é bom. — Ele retrucou. — Você é
inútil.
Elena quase escorregou para o chão. Ele a
manteve de pé, enquanto rosnava em seu ouvido:
— Você sabe o que eu quis dizer. Ou você
prefere ser meu jantar, ao invés de ser minha princesa?
Elena simplesmente balançou a cabeça em
silêncio. Ela descansou em seu braço, sua cabeça contra seu ombro. Não era de
se admirar que ela precisasse descansar depois de tudo o que ele a fez passar.
Mas, por enquanto, ela encontrou em seus ombros um conforto... Bem, isso ia
além dele.
Sage! Damon enviou furioso pensamento
acima de todas as freqüências que ele podia acessar, como ele havia feito o dia
inteiro. Se ao menos ele pudesse encontrar Sage, todos seus problemas seriam
resolvidos. Sage, ele exigiu, cadê você?
Sem resposta. Tudo que Damon sabia era que
Sage havia operado o Portal da Dimensão das Trevas que agora estava parado, sem
poderes e inútil no jardim da Sra. Flowers. Deixando Damon aqui. Sage sempre
fora rápido quando decolava.
E por que ele havia decolado?
Uma Convocação Imperial? Às vezes, Sage as
recebia. Dos Anjos Caídos, que viviam na Corte Infernal, aos confins da
Dimensão das Trevas. E quando Sage as recebia, ele era esperado naquela
dimensão, saindo no meio de alguma palavra, no meio de alguma carícia, no meio
de... Qualquer coisa. Por enquanto, Sage sempre havia comprido seu prazo, Damon
sabia disto. Ele sabia, porque Sage ainda estava vivo.
Na tarde da catastrófica investigação do
buquê de Damon, Sage havia deixado uma nota em cima da lareira, agradecendo à
gentil Sra. Flowers por sua hospitalidade, deixando seu cachorro gigantesco,
Sabber, e seu falcão, Talon, para protegerem a casa. Sem dúvida a nota havia
sido pré-preparada. Ela havia ido embora como sempre fazia, tão imprevisível
quanto o vento, e sem dizer adeus. Sem dúvida, ele pensava que Damon o
encontraria para resolver o problema facilmente. Havia muitos vampiros em
Fell's Church. Sempre houve. As linhas de Poder no solo os chamavam, mesmo nos
tempos normais.
O problema era que, agora, todos esses
vampiros estavam infestados com malach — parasitas controlados pelos malignos
espíritos-raposa. Eles não poderiam estar mais abaixo na hierarquia dos
vampiros.
E é claro que Stefan estava fora de questão.
Mesmo se ele não estivesse fraco demais para transformar Damon em um vampiro,
podendo matá-lo; mesmo que sua ira por Damon ter "roubado sua
humanidade" pudesse ser amenizada, ele simplesmente nunca concordaria,
pois sentia que o vampirismo era uma maldição.
Os humanos não sabiam da hierarquia dos
vampiros porque isso não era de suas contas, até que de repente, eles sabiam,
pois tinham transformados a si mesmos em vampiros. A hierarquia dos vampiros
era rigorosa, desde o inútil até o aristocrata. Os Antigos se encaixavam nesta
categoria, assim como outros que foram particularmente ilustres ou poderosos.
O que Damon queria era se transformar em um
vampiro a partir de uma mulher que Sage conhecia, e ele estava determinado a
fazer Sage encontrar uma vampira de qualidade para ele, uma que valesse a pena.
Outras duas coisas atormentavam Damon, que
gastou dois dias inteiros sem dormir pensando nisto. Seria possível que o
kitsune branco, que havia dado a Stefan o buquê, havia engenhado uma rosa que
tornasse a primeira pessoa que a cheirasse em um humano permanentemente?
Este teria sido o maior sonho de Stefan.
A raposa branca havia ouvido dia após dia as
divagações de Stefan, não tinha? Ele tinha visto Elena chorando sobre Stefan.
Ele havia visto os dois pombinhos juntos, Elena alimentando um Stefan quase
morto com sua mão através de arame farpado. Só Deus sabia que idéias haviam passado
pela cabeça branca e peluda da raposa quando ele preparou a rosa que
"curou" Damon de sua "maldição". Se isso se tornasse em uma
"cura" irreversível...
Se Sage se tornasse inalcançável...
De repente, veio à mente de Damon que Elena
estava fria. Isso era estranho, pois a noite estava quente, mas ela estava
tremendo violentamente. Ela precisava de sua jaqueta ou...
Ela não está com frio, a pequena voz
em algum lugar dentro dele disse. E ela não está tremendo. Ela está agitada
por causa de tudo que você pôs em sua mente.
Elena?
Você se esqueceu completamente de mim. Você
estava me segurando, mas esqueceu-se completamente de minha existência...
Somente por... Pensou amargamente. Você
está marcada em minha alma.
Damon, subitamente, ficou furioso. Mas era
diferente do ódio pelo kitsune, por Sage e pelo mundo. Era o tipo de raiva que
fazia sua garganta fechar e fazia com que seu peito parecesse muito apertado.
Era uma raiva que o fez pegar a mão queimada
de Elena, rapidamente aparecendo manchas vermelhas, e as examinou. Ele sabia o
que teria feito se ainda fosse um vampiro: acariciaria as queimaduras com a
língua de seda fria, gerando produtos químicos para acelerar a cura. E agora...
Não havia nada que ele pudesse fazer a respeito.
— Não dói. — Elena disse.
Agora, ela era capaz de ficar em pé por si
só.
— Você está mentindo, princesa. — Ele disse.
— Suas sobrancelhas estão erguidas. Isso é dor. E seu pulso está acelerado...
— Você pode sentir isso sem me tocar?
— Eu posso ver, através de suas
têmporas. Vampiros...
Com ênfase, para mostrar que ainda era um, na
essência.
—... Notam coisas como essas. Eu fiz você se
machucar. E não posso fazer nada para ajudar. Também — Ele encolheu os ombros —
Você é uma bela mentirosa. Refiro-me à Esfera Estelar.
— Você sempre pode sentir quando estou
mentindo?
— Anjo, — Ele disse, cansado — é fácil. Você
é a sortuda que guardou a Esfera Estelar hoje... Ou sabe quem é.
De novo, a cabeça de Elena despencou de
pavor.
— Ou então, — Damon disse ligeiramente — toda
essa história de papelzinho com X é uma mentira.
— Pense o que quiser. — Elena disse, com um
pouco de seu fogo de sempre. — E você pode arrumar essa bagunça, também.
Quando ela se virou para ir embora, Damon
revelou:
— A Sra. Flowers! — Ele exclamou.
— Errado. — Elena estalou.
Elena, eu não me referia à Esfera Estelar.
Dou a você minha palavra. Você sabe como é difícil mentir telepaticamente...
Sim, eu sei disso, portanto, se há algo neste
mundo que você... Praticaria...
Ela não conseguia terminar. Ela não podia
dizer o discurso. Elena sabia o quanto a palavra valia para Damon.
Nunca te direi onde está, ela enviou
telepaticamente para Damon. E juro que a Sra. Flowers também não.
— Eu acredito em você, mas ainda vamos lá
vê-la.
Ele pegou Elena facilmente e pisou em cima do
copo e pires quebrados. Elena, automaticamente, pegou seu pescoço com as duas
mãos para se equilibrar.
— Querido, o que você está fazendo? — Elena
gritou, e então parou, com os olhos arregalados e dois de seus dedos queimados
voaram para seus lábios.
Parada na porta, a menos de dois metros
deles, estava a pequenina Bonnie McCullough, uma garrafa de vinha Black Magic,
não alcoólica, mas misteriosamente emocionante, erguida em sua mão. Mas, como
Elena observara. A expressão de Bonnie mudara por um instante. Tinha
sido uma alegria triunfante. Mas agora era choque. Descrença que ela não
conseguia conter. Elena sabia exatamente o que ela estava pensando. Toda casa
havia dedicado-se a fazer com que Damon ficasse confortável, enquanto Damon
roubava o que pertencia por direito a Stefan: Elena. Além disso, ele tinha
mentido sobre não ser mais um vampiro. E Elena não estava lutando com ele. Ela
o estava chamando de "querido".
Bonnie largou a garrafa e foi embora,
correndo.
Nossa, muito obrigado por colocar esse livro aki !
ResponderExcluirobrigada pela tradução!!!!
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